Crometofobia: o medo de lidar com dinheiro e seus impactos na vida financeira

Crometofobia é o medo real e silencioso de lidar com dinheiro — mas com pequenos passos e escolhas conscientes, é possível mudar essa história e conquistar mais tranquilidade financeira.

Tem gente que sente um frio na barriga só de abrir o aplicativo do banco. Outros adiam boletos, ignoram extratos ou evitam qualquer conversa sobre orçamento como se estivessem fugindo de um fantasma. À primeira vista, pode parecer exagero. Mas existe um nome pra isso: crometofobia, o medo de lidar com dinheiro.

E não, não é frescura. Esse medo tem raízes profundas. Às vezes, vem de experiências negativas do passado, como crescer em um ambiente onde o dinheiro era sempre motivo de briga ou preocupação. Outras vezes, surge depois de uma dívida mal resolvida, uma perda financeira ou até mesmo pela simples ideia de não “saber mexer com isso”. O que é certo é que esse tipo de bloqueio não escolhe perfil: pode atingir gente com renda alta, baixa, autônomos, assalariados ou empresários.

O problema é que o medo, quando vira rotina, tende a gerar ainda mais confusão. Quem evita lidar com dinheiro costuma perder o controle sobre ele. E aí, o que era incômodo vira uma bola de neve: contas acumuladas, gastos que passam despercebidos, investimentos que nunca acontecem. A pessoa entra num ciclo silencioso de inação, e cada novo atraso vira mais um motivo pra evitar o assunto de novo. Dá pra entender, né? Ninguém gosta de mexer no que machuca.

Mas como sair disso? A resposta não está em fazer tudo de uma vez. O primeiro passo é justamente o oposto, ir com calma. Escolher uma pequena ação e executá-la. Pode ser organizar o que entra e sai da conta num caderno, pedir ajuda a alguém de confiança ou agendar uma conversa com um consultor. Quando o medo começa a perder força, entra em cena algo poderoso: a autonomia.

Nesse sentido, a previdência privada pode ser uma grande aliada. Ela permite que você se organize de forma planejada, sem a necessidade de lidar com decisões frequentes ou ficar exposto a riscos diários. Diferente de outros tipos de investimento que exigem acompanhamento constante, a previdência funciona como um compromisso com você mesmo. E isso, para quem sente ansiedade com o dinheiro, pode ser libertador.

Buscar apoio profissional também faz diferença. Às vezes, só de ter alguém para traduzir os termos e mostrar caminhos possíveis, tudo parece menos assustador. Não é sobre controlar cada centavo, mas sobre criar uma relação mais saudável com aquilo que, inevitavelmente, faz parte da vida.

A verdade é que lidar com dinheiro não precisa ser um fardo. Pode ser leve, simples e, principalmente, libertador. A crometofobia não some da noite pro dia, mas cada pequena decisão é uma chance de virar essa chave. E quanto antes você começa, mais cedo sente o alívio de saber que está no controle.